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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Memórias do passado...






Janela em estilo manuelino, situada em plena judiaria da Covilhã.
(Rua das Flores)




Em toda a Beira Interior, há ainda sinais de uma antiga identidade judaica, relatos pessoais revelam infelizmente um mundo disperso e ainda meio clandestino.



"A casa onde vivo e há muitas assim, na Covilhã, tem um terraço virado para oriente. Era ali que se faziam as orações. Veja que aqui muitos edifícios têm terraços e não são muito adequados ao clima.
A minha avó não deixava que ouvíssemos as rezas. Mandava-nos sair. Éramos miúdas e podíamos dizer cá fora...

No Fundão, pedíamos aos judeus de Belmonte para nos trazerem o linho para as torcidas das candeias.

A minha avó, na Idanha, ainda hoje não colhe as últimas frutas, as últimas espigas de cereal. Diz que são para os pobres".

(...)






por Maria Antonieta Garcia
"Judiarias, judeus e judaísmo", página 123.
Edições Colibri