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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O toque do Shofar



[Sounding+of+the+Shofar+on+Rosh+Ha-Shanah+in+the+Portuguese+Synagogue.jpg]



"O toque do Shofar em Rosh Hashaná", na Sinagoga Portuguesa de Amesterdão - Holanda.
Gravura pintada por Bernard Picart e publicada no livro: "Cerimónias e Costumes Religiosos de Todos os Povos do Mundo", (séc.XVIII).





A Sinagoga Portuguesa de Amesterdão, mais conhecida pela denominação de "Esnoga", é um edifício monumental, construído no século XVII por judeus sefarditas de origem peninsular, comunidade que se auto proclamou de Congregação Portuguesa Israelita de Amesterdão.

Esta sinagoga sobreviveu milagrosamente à ocupação alemã durante a II Guerra Mundial, porém, alguns milhares de judeus, muitos deles descendentes de portugueses, infelizmente não escaparem aos campos da morte.
O terreno onde hoje se situa este templo hebraico, foi comprado a 12 de Setembro de 1670, tendo as obras começado a 17 de Abril de 1671.
A "Esnoga Portuguesa" foi inaugurada a 2 de Agosto de 1675.


A frase da semana




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"Dez soldados bem liderados vencerão 100 soldados sem comando."



Eurípedes


Luís de Carvalhal/Carvajal, um dos grandes conquistadores do México





Nas antigas colónias espanholas da América latina, também por lá se fez notar o engenho e arte da presença dos cristãos-novos portugueses, seja no Peru, em Cartagena das Índias (Colômbia), ou no México. Portugueses, forçados na sua maioria ao terrível exílio em territórios também eles hostis, neste caso sob influência de uma Inquisição implacável.




Hoje, dedico este texto a um famoso e prestigiado cristão-novo nascido em Mogadouro - Trás-os-Montes, no ano de 1539 e de seu nome Luís de Carvalhal (O Velho), que em Espanha adoptou o nome de Luís de Carvajal y de La Cueva.
Cedo foi marcado pela tragédia pessoal, ficando órfão aos oito anos de idade, é então criado por um familiar próximo. Entre os 18 e os 20 anos, Luís de Carvalhal terá ido para o arquipélago de Cabo Verde, servindo a coroa portuguesa como tesoureiro durante treze anos, onde saiu depois  para Espanha.
Lá se casou em 1564 em Sevilha. Já mais tarde com problemas financeiros e pessoais, ele é obrigado a investir num barco próprio, fez amigos e notabilizou-se o suficiente para que tenha sido notado, ao ponto de lhe confiarem o comando como adjunto de uma frota, que conduziu o novo Vice-rei ao México.
Durante a atribulada viagem entram em combate com piratas, ganhando a contenda aos mesmos. No espólio do barco capturado, encontraram um tesouro a que remeteram ao rei Filipe II de Espanha, I de Portugal.
Já em terras mexicanas, o Vice-rei nomeou-o comandante do porto de Tampico, saindo em 1568 vencedor de vários ataques levados a efeito por piratas ingleses e holandeses. Luís de Carvalhal ou Carvajal, não era um menino de coro, quando este fazia prisioneiros protestantes era impiedoso, remetendo-os de seguida à Inquisição local.
Entre 1568 e 1578, este homem de armas e aventureiro, ajudou ao povoamento de longas e várias extensões de território da América Central, protegendo os colonos espanhóis e subjugando as populações índias.
Perante estes enormes "feitos", a Espanha compensou-o com um reconhecimento real, e em 1578 regressou a Espanha, sendo no país vizinho agraciado com honrarias e com o direito de se auto-titular governador das terras, que ocupasse na América.
Mas nada é seguro e definitivo nesta vida, sua esposa (também ela cristã-nova e de origem portuguesa) e demais familiares, pedem a Luís que não regressasse ao Novo Continente, e sim os acompanhasse até à Turquia, país já com uma comunidade sefardita portuguesa bastante importante, a intenção era de se protegerem de possíveis denúncias que pudessem ser alvo no futuro.
Luís recusa peremptoriamente, argumentando que tendo ele uma posição poderosa no México, nada de mal lhe podia acontecer a ele e aos seus.
No México conseguiu obter autorização para que famílias espanholas e portuguesas viessem povoar os novos territórios, sendo que a maior parte desse colonos eram cripto-judeus.
Sempre atentos, desconfiados e quase sempre conspirativos, os clérigos espanhóis forçaram o Vice-rei em 1590 a prendê-lo, a denúncia partiu do frade Juan de la Magdalena. Luís, embora soldado leal à coroa, era perante o Santo Ofício uma personagem incómoda, cristão-novo e estrangeiro, tratava-se pois de uma combinação perigosa para os interesses da santa igreja e de Espanha.
Nas masmorras tentaram que ele denuncia-se amigos e parentes, mas nada feito, embora Luís de Carvalhal fosse um católico aparentemente devoto, não traiu o seu sangue nem o da sua família: por isso foi torturado e deixado morrer na prisão. Faleceu em 1595.
Infelizmente, o seu acto de abnegação de nada valeu aos seus familiares, alguns deles foram executados pelo fogo, num auto-de-fé realizado a 8 de Dezembro 1596, na cidade do México.






Luís de Carvalhal - Monumento dedicado a este português na cidade de  Monterrey - México.

A palavra "Marrano", na perspectiva portuguesa






O famoso poema de Álvaro de Brito Pestana, editado no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, originalmente publicado em Lisboa em 1516, ou seja, só dois anos depois da menção do prior de Lagos e de Azamor. No longo poema descritivo do quotidiano lisboeta, intitulado “D´Alvaro de Brito Pestana a Luís Fogaça, sendo vereador na cidade de Lixboa, em que lhe daa maneira para os ares maos serem fora dela”, o autor escreve:


“Por marranos nam defamo
os que foram judeus sendo
cristãos lindos,
mas apóstolos lhes chamo,
mui grandes louvores tendo,
mui infindos.
Sam marranos os que marram
nossa fee, mui infiees,
bautizados,
que na lei velha s`amarram
dos negros Abravanees
dotrinados”


É um texto muito interessante porque tece, de forma criativa, alusões ao significado da palavra marrano, na época, em Portugal. Muito explicitamente o autor afirma que não chama marranos aos judeus que se converteram ao cristianismo e se mantém fieis na “Lei Nova”, equiparando-os por isso aos antigos apóstolos, que sendo judeus aderiram à mensagem de Cristo e a divulgaram entre outros judeus e outros povos. São assim apodados de cristãos lindos, ou seja cristãos limpos, puros e perfeitos, termo muitas vezes utilizado na época como sinónimo de cristão-velho, em oposição a cristão-novo. Os versos acerca da verdadeira acepção que, segundo o autor, se deve dar à palavra marrano parecem bastante claros: os marranos são os que marram contra a “nossa fé”, ou seja, a “Fé Católica”. Portanto, há uma indubitável relação entre o substantivo marrano e o verbo marrar. Mas há uma dúvida acerca do significado com que era utilizado o verbo: segundo a forma portuguesa os marranos seriam aqueles que enfrentam a Fé Católica, ou que de forma indomável teimam contra ela. Mas segundo a forma espanhola significaria os que erram e se desviam da Fé Católica, continuando infiéis embora baptizados. A forma portuguesa é indubitavelmente mais agressiva porque coloca os marranos a “enfrentar” a Fé Católica”, ao passo que a castelhana é mais suave pois se insiste aí sobretudo na persistência. A minha hipótese é que o verbo marrar é aqui utilizado na antiga significação castelhana, ou seja, os marranos são os que persistem no judaísmo, tanto que o autor artisticamente contrapõe que, aqueles que verdadeiramente assim devem ser apodados, se “amarram” na “Lei Velha, remetendo para os expoentes culturais dos últimos tempos do judaísmo em Portugal, ou seja, os membros da família Abravanel, entre os quais sobressaiu o famoso D. Isaac Abravanel. Mas a própria qualificação dos Abravanéis como “negros” no sentido de obscuros e temíveis como os magos é bastante interessante como remissão para os seus seguidores marranos. Os marranos serão igualmente negros como os Abravanéis, que na obscuridade dos seus lares e dos seus seres persistem na “Lei Velha”, sob a claridade e limpeza da “Lei Nova”.



de José Alberto Rodrigues da Silva Tavim
Departamento de Ciências Humanas
do Instituto de Investigação Científica Tropical, Lisboa.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Curiosidade sobre Viseu



É durante o reinado de D. Dinis, século XIII, que se conhece a primeira referência a um judeu, habitante desta cidade da Beira-Alta, de nome Abraão.


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Trata-se da mais antiga referência documental a um judeu habitante em Viseu, 1284 (Janeiro). © DGARQ / ADVIS (Pergaminhos, m. 26, n. 16).
Arquivo Distrital de Viseu.




Assim disse ele...


“Na História del Reyno de Portugal, quase todas as famílias nobres se tinham misturado por casamento com judeus sem impedimento”. Acrescentando ainda: “…Perigam na honra, bebem os erros no perigo, e são uma constante e perpétua mancha na nobreza…”.


http://guerradarestauracao.files.wordpress.com/2008/04/e_1090_v.jpg


Frase atribuída a D. Manuel Faria e Sousa, que se  fundamentou no testemunho de um sacerdote jesuíta.
No século XVII, havia principalmente no clero, esta ideia da  existência de uma degeneração da nobreza portuguesa, “contaminada” há muito pelo sangue judeu.


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Shabat Shalom






"A Mesa de Shabat", pintado por Jordana Klein.



Sinagoga Abuhav  - cidade de Safed








Esta sinagoga foi designada assim, em homenagem ao rabino Isaac Abuhav de Portugal, mas há ainda um pouco de ambiguidade por detrás das origens da Sinagoga Abuhav, localizada na cidade mística de Safed.

A sinagoga foi construída no século XVI, e uma das suas particularidades é que dentro do Aron Kodesh (Arca sagrada), está lá colocado um antiquíssimo e precioso Sefer Torá, escrito há 500 anos atrás, pela mão do famoso rabino de Portugal, Isaac Abuhav.
O pergaminho é o mais antigo nas tradições de Safed, e muitas lendas são associados a ele. Durante todos os anos, só é retirado e lido em apenas três ocasiões: Rosh Hashaná, Yom Kippur e em Shavuot.
Outro rolo da Torá na sinagoga Abuhav, é o livro do rabino Solomon Ohana, um cabalista de Fez, Marrocos, que se mudou para Safed no século XVI.
A sinagoga foi reconstruída duas vezes desde a sua criação, em ambas as vezes devido a terremotos.
A primeira vez foi em 1759, quando um grande terremoto quase destruiu Safed. (Apenas a parede da sinagoga que contém as Arcas Santas permaneceu intacta).
O segundo terremoto, em 1837, matou milhares de judeus e destruíu Safed. A sinagoga foi reconstruída e dedicada em 1847.
A Bima está no centro e os bancos para a congregação são organizados em torno dele, como era costume em antigas sinagogas.
O interior da cúpula da sinagoga é decorada com representações de instrumentos musicais, que foram usados ​​no Templo de Jerusalém (Beit Hamicdash), os símbolos das tribos de Israel e quatro coroas, representando a coroa da Torá, a coroa sacerdotal, a coroa real e uma coroa única, a Safed: "a coroa da redenção iminente."












segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A frase da semana






" Aqueles que foram vistos dançando, foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música." 



Friedrich Nietzsche


domingo, 18 de setembro de 2011

 Córdoba



Passeio pela Judiaria










Curiosidade 



As "Quatro Cidades Sagradas", é uma designação usada na tradição judaica, para se referir às cidades de Jerusalém, Hebron, Tiberíades e Safed.



Ficheiro:Four holy cities plaque.jpg
 


Mapa fora de escala do século XIX, das quatro cidades sagradas do judaísmo, com Jerusalém ocupando o quadrante superior direito, Hebron logo abaixo, o rio Jordão correndo de cima para baixo, Safed no quadrante superior esquerdo, e Tiberíades por baixo. Cada uma das quatro cidades inclui representações dos locais sagrados, assim como túmulos de rabinos famosos e considerados como homens "santos".



segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A frase da semana



JD


“É um tempo que teima em não passar...”


Jacques Derrida

(Numa alusão aos marranos e cripto-judeus)

Judiarias de lá...



Azulejo que indica a rua da Judiaria Velha de Segóvia. Ali se terá destacado o almoxarife de Castela, Abraham Senior.






Segóvia - Espanha


Actividade Cultural






Tarazona - Espanha

 


Visita guiada por la judería. La visita guiada por la Judería de Tarazona (Zaragoza), se puede realizar durante todo el año para grupos con reserva previa, en un recorrido organizado por la Oficina municipal de Turismo de Tarazona. Más información en la Oficina municipal de turismo de Tarazona, Pza. de San Francisco, 1. Tel. 976 640 074 y en la Fundación Tarazona Monumental, Pza. de España. Tel. 976 642 643.



(Carta de Sefarad)



II Festival da Memória Sefardita
18, 19, 20 e 21 de Setembro de 2011


 



SECOND INTERNATIONAL  FESTIVAL OF SEPHARDIC MEMORY

Setembro/September 18-21, Portugal  



PROGRAMA

Dia 18
Feira Medieval Judaica em Belmonte
21h00 - Concerto de Mor Karbasi – Teatro Municipal Guarda (TMG)

Dia 19
GUARDA
09h30 - Sessão de Abertura - TMG
10h00 - Apresentação da Rede Nacional de Judiarias
11h00 – Coffee Break
11h30 – Continuação dos trabalhos
13h00 - Almoço
15h00 – Os Justos Portugueses da II Guerra Mundial
A Acção de Carlos Sampayo Garrido e Alberto Branquinho na
Hungria
16h00 – Coffee Break
16h30 – Continuação de trabalhos
21h30 – Antestreia do filme “O Cônsul de Bordéus” no Teatro Municipal
Guarda

Dia 20
TRANCOSO
09h30 – Inauguração da exposição do espólio do Capitão Barros Basto
no Convento dos Frades
10h00 - A Obra do Resgate do Capitão Barros Basto – Convento dos
Frades
11h00 – Coffee Break
11h30 – Continuação de trabalhos
12h30 – Almoço
15h00 - Continuação dos trabalhos

Dia 21
BELMONTE
10h00 – Visitas temáticas
Encerramento do Festival




quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Efeméride



(1 de Setembro de 1939)


É dado início à II Guerra Mundial, com a invasão da Polónia pelo exército alemão.
Guerra que durou seis longos anos, e que provocou a morte a muitos milhões de pessoas.













Fotos: www.britannica.com
(Ann Ronan Picture Library/Heritage-Images).



Antiga Sinagoga de Bar´am








Fotografia de Neil Folberg






Fotografia de Daniel Berke 

(www.flickr.com).




Bar'am é um kibutz situado a norte de Israel. 
Localizado aproximadamente a 300 metros da fronteira de Israel com o Líbano, bem próximo das ruínas da antiga aldeia judaica de Kfar Bar´am - Parque Nacional de Bar´am.
Este local da Alta Galileia, é conhecido por ter os vestígios de uma das mais antigas sinagogas do país.





Fonte: jewishvirtuallibrary.org