Duas dezenas de peças islâmicas de Silves expostas no Castelo S. Jorge Espólio revela um período de grande florescimento cultural entre os séculos VIII e XI
O Castelo de São Jorge, em Lisboa, acolhe até 6 de Janeiro a exposição “Arquiteturas”. Nesta mostra, que pretende dar a conhecer testemunhos arquitetónicos muçulmanos no actual território português, incluem-se cerca de duas dezenas de peças e três maquetas provenientes de Silves e que foram disponibilizadas pelo Museu Municipal de Arqueologia.
A exposição surge no âmbito da entrega do Prémio Aga Khan de Arquitetura, sendo promovida pela Fundação Calouste Gulbenkian, o Aga Khan Trust for Culture e a Câmara Municipal de Lisboa e dá a conhecer o legado islâmico encontrado em Portugal que, apesar de pouco conhecido internacionalmente, tem, nas últimas décadas, revelado estruturas e espólios de períodos com grande florescimento cultural, entre os séculos VIII e XIII.
Nela se incluem vestígios como a pia de abluções de Cacela, uma placa ornamental da Quinta dos Passarinhos, em Chelas (Lisboa), e outras peças como uma placa apotropaica, um bocal de cisterna, um fragmento de gelosia, um conjunto de estuques pintados, três capitéis e um fragmento de arcaria, todas provenientes de Silves, a última cidade muçulmana do extremo do Garb Al-Andalus.
Fazem, também, parte desta exposição as maquetas dos principais monumentos islâmicos existentes em Portugal como o palácio islâmico da alcáçova, o Poço-Cisterna Almóada e o Castelo de Silves, a Mesquita de Mértola e o Ribāt da Arrifana, em Aljezur.
De referir que todos os vestígios identificados, e que estão em exposição, integram a rede de sítios e núcleos museológicos, encontrando-se entre os mais significativos o de Silves, que possui ruínas musealizadas na alcáçova e o Museu Municipal de Arqueologia (espaço que inclui não só espólios, mas um sector da muralha da antiga Medina e torre albarrã anexa, assim como o monumental poço-cisterna, atribuído aos finais do século XII ou aos inícios da centúria seguinte, hoje classificado como monumento nacional), assim como o do Castelo de São Jorge, em Lisboa, o de Mértola e o da Arrifana (Aljezur).
JA
Via: www.jornaldoalgarve.pt
22/10/2013