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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

700º aniversário









Foi apresentado no cartaz FITUR, o 700º aniversário da sinagoga de Córdoba, evento que decorrerá de 25 de Setembro de 2014 até final de 2015, com inúmeras actividades culturais.



Mais informações: Judaica.Cordoba.es



Via: Córdoba Judaica




quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

A frase da semana








"A verdade não conhece perífrases; a justiça não admite reticências."


Guerra Junqueiro



terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Em 1506, estariam apenas vivas 600 crianças...





Após a descoberta de São Tomé e Príncipe* pelos portugueses em 1470, e sob o controlo arrendatário de Fernão Gomes, o facto é de que a sua colonização não foi imediata e constante.





Rei D. João II de Portugal 
(1455 – 1495)



Resende na sua crónica de "D. João II", cita que o rei, estando em Torres Vedras a 29 de Julho de 1493, "deu a Álvaro de Caminha, cavaleiro de sua casa, a capitania da ilha de São Tomé, de juro e herdade, com cem mil reais de renda cada ano pagos na Casa da Mina".
Esta carta de doação passada em Torres Vedras ao novo donatário, obrigava-o a promover o povoamento das ilhas bem como incrementar o cultivo da cana do açúcar, importado da ilha da Madeira.





Gravura representando a cidade do Funchal.




Engenho da cana do açúcar.
(Museu Madeira Story Center)
Do blogue geia-deusaterra.blogspot.pt de Artur Amaral.


Diogo Vaz de Teive, escudeiro do Infante D. Henrique, é responsável pelo primeiro engenho de açúcar registado na ilha da Madeira , 5 de Dezembro de 1452. 
O engenho foi construído na Ribeira Brava e era movido a água.




A cana foi a grande responsável pela instalação de pessoas e para o desenvolvimento económico local.
Uma coisa é certa, cem anos depois, existiam em São Tomé mais de 60 engenhos de açúcar e uma enorme quantidade de escravos africanos para trabalhar nos mesmos.

Porém, há um acontecimento que irá denegrir a partida de Álvaro de Caminha para São Tomé e Príncipe, e o facto a que me refiro, prende-se com a partida forçada de crianças judias de origem espanhola como povoadores, onde, já anteriormente duas donatarias tinham fracassado, devido às difíceis condições do clima.





Mapa holandês da ilha de São Tomé.
Retirado de: www.revistamilitar.pt
(Revista Militar)




D. João II ordena que juntamente com Álvaro de Caminha, sigam alguns casais possuidores de escravos, muitos degredados (condenados a degredo por crimes de sangue), podendo cada um destes levar um escravo ou escrava negra, bem como duas mil crianças e jovens de ambos os sexos, retirados à força dos seus pais e baptizados antes de embarcarem.


(Filhos e filhas de judeus vindos de Espanha, que entraram em Portugal no ano de 1492).





Expulsão dos judeus de Espanha.
(Biblioteca Nacional de Madrid).




O professor J.Mendes dos Remédios, no seu livro “Os Judeus em Portugal”, Coimbra, 1895, descreve o seguinte:
“…D. João II mandou tirar aos pais as filhas e filhos pequenos. Deram-se então cenas desesperadas.Tinham arrancado a uma Mãe os seus sete filhos. A desgraçada sabendo que o rei se dirigia à igreja, sai-lhe ao encontro e lançando-se à frente dos cavalos que puxavam o coche real, suplica entre lágrimas que lhe dêem pelos menos o mais novo dos filhos…Afastai-a da minha presença ! disse o rei, e como as súplicas aumentassem, foi necessário afastá-la à força.- Deixai-a, afirmou D. João II, ela é como uma cadela a quem roubaram os cachorros…”


Se porventura foi intenção do rei português colonizar São Tomé com crianças brancas e de sangue judeu, para de algum modo assegurar um futuro na gestão dos engenhos das plantações, originando gente leal e empreendedora para benefício da coroa portuguesa, como defende Imanuel Aboab na sua obra "Nomologia", enganou-se redondamente, pois a grande maioria das crianças morreu devido às doenças, ao duro clima e aos perigosos animais.






Em princípios do século XVI, Duarte Pacheco Pereira escreve sobre as muitas vantagens de São Tomé, mas não esquece dos reais perigos das ilhas: "E assi há aqui muitas e muito boas laranjas e limões e cidras; e outras árvores se dão aqui muito bem. Há aqui muitos e grandes lagartos que andam nas ribeiras de áugua doce e assi no mar, que comem os homens. Também há aqui as bíboras, negras pelas costas e brancas pela barriga, da grossura da perna de um homem, maravilhosamente peçonhentas; e sua longura é conveniente à sua grossura".



Em 1506, estariam apenas vivas 600 crianças. 


Este episódio é uma das muitas páginas negras da nossa história como nação.





*Duas ilhas principais e várias ilhotas de pequena dimensão, localizadas na costa ocidental de África, conhecidas na época como as Ilhas dos Lagartos.




Fontes: www.coisasjudaicas.com
http://lusotopia.no.sapo
http://ler.letras.up.pt



segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Lembrar o poeta Ary







"É por dentro de um homem que se ouve 
o tom mais alto que tiver a vida, 
a glória de cantar que tudo move, 
a força de viver enraivecida..."


Ary dos Santos
 em "O Sangue das Palavras".



Pintores portugueses




Sara Afonso


Pintora nascida na cidade de 
Lisboa em 1899.




"As leitoras".





Auto retrato.



Porque hoje é...





Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto




domingo, 26 de janeiro de 2014

Exposição e filme na Assembleia da República






(Clicar na imagem para ampliar)



Necessária confirmação para os contactos indicados. 


Tels: 21 391 90 08 / 21 391 75 66 



Via: CIL





sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Shabat Shalom








Pintura de Julie Wohl.




O perdão de 1605




Em Janeiro de 1605, depois de alguns subornos e de acordos secretos nos bastidores da política peninsular, os cristãos-novos obtinham nesta data o tão desejado perdão geral, pois até esse momento, estes, encontravam-se proibidos de sair de Portugal, como ainda estavam sujeitos ao confisco de bens e ao uso abusivo de designações como “marrano” e “judeu”, impedindo assim a igualdade e a ascensão social dos mesmos.

Este perdão, veio originar a partir daquela data de um maior afrouxamento durante um certo período, do braço da Inquisição.

Mas não se pense que esta pequena vitória dos cristãos-novos tenha de alguma maneira abrandado o rancor e o desejo de ajuste de contas por parte do clero nacional. Depois do perdão de Janeiro de 1605, e consequente libertação de mais de quatro centenas de presos das celas inquisitoriais, um deles, o pai do famoso rabino de Amesterdão, Menasseh ben Israel, surgiram de imediato tumultos nas cidades de Lisboa e Coimbra contra os cristãos-novos, habilmente orquestrados por exaltados devotos, que viam neste indulto uma fraqueza perante o possível crescimento futuro dos ritos judaizantes em terras portuguesas.





Coimbra, por volta do final do século XVII, ou início do século XVIII. 

(Acervo da Universidade de Coimbra).

Retirado de: sumidoiro.wordpress.com



A partir de 1621, já com Filipe III, os velhos costumes voltaram a ser o que eram, neste caso, a Inquisição não perdeu tempo, e de uma só vez, centenas de pessoas viram a sua vida destruída em processos de autos de fé concluídos nos tribunais de Évora, Lisboa e Coimbra.





Brasão com as armas dos reinos peninsulares unidos, durante a dinastia filipina, de 1580 a 1640.





Filipe IV com armadura, quadro de  Gaspar de Crayer. 

 (Metropolitan Museum of Art).




Segundo reza a história, o futuro monarca Filipe III de Portugal (IV de Espanha), enquanto herdeiro da coroa, visitou o território português no ano de 1619, assistido pessoalmente 
à execução de cristãos-novos pela fogueira, na cidade de Évora, o que provocou forte indisposição no seu delicado estômago.




Fonte: Cadernos de estudos sefarditas, livro I – (2001) 
Cátedra Alberto Benveniste




quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Sugestão




Museu Arqueológico de Odrinhas







O Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas assenta os seus mais profundos alicerces no Renascimento, quando alguém - muito provavelmente Francisco d’Ollanda - decidiu reunir em torno da antiga Ermida de São Miguel um apreciável conjunto de monumentos epigráficos encontrados por entre as ruínas romanas ainda então visíveis no local.

O actual Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas, aberto ao público desde 1999, é um projecto de arquitectura de Alberto Castro Nunes & António Maria Braga com a consultoria de Léon Krier, e programa museológico de José Cardim Ribeiro.  
Herdou dos anteriores espaços museológicos, do  mais remoto, o espírito humanista e cosmopolita que foi apanágio do Renascimento e, do mais recente, colheu o vínculo privilegiado ao meio que o rodeia e à população rural do Termo de Sintra.





Fotografias: www.ezimut.com/pois
e de carlosandradecef.blogspot.pt



As centenas de inscrições e monumentos lapidares romanos aqui reunidos, todos de origem regional, espelham no entanto, e par a par, influências estilísticas e populações de filiação itálica, norte africana, oriental, paleohispânica - entre outras menos frequentes. Os vigorosos lintéis de uma singular igreja visigótica - ou “visigotista”- latinizam nas inscrições que ostentam a matriz síria da sua expressão plástica. As largas dezenas de cabeceiras medievais justapõem a cruz ao signo-saimão, as rodas concêntricas do Mundo aos dois triângulos invertidos da hexalfa. Até os três únicos sarcófagos etruscos existentes em Portugal aqui vieram ter, fruto da eleição de Sintra como “paraíso perdido” do Romantismo, visto que de Itália passaram há mais de século e meio para os jardins de Monserrate, como simples ornatos de sabor antiquarista, e daí vieram recentemente para o novo Museu de Odrinhas, onde finalmente assumiram foros de peças arqueológicas de primeira grandeza no contexto museológico nacional.





Foto retirada de: www.portugalromano.com




Informação recolhida do Museu de Odrinhas


Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas

Av. Prof. Dr. D. Fernando de Almeida, São Miguel de Odrinhas, 2705-739 
São João das Lampas,  Sintra


Tel: +351219609520
Fax. +351219609529

geral-masmo@sintraquorum.pt



quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

"A retoma", cartoon de Henrique Monteiro







Curiosidade








A antiga Rua da Boga é referida na documentação de 1429, e estudos recentes de Eduardo Campos defendem que, nesta área, se situava a judiaria de Abrantes, nos séculos XIV e XV (CAMPOS, 1989, pp.18-19).

Documentos coevos aludem à proximidade entre a judiaria e a Casa da Câmara, cuja localização se pensa corresponder aos actuais Paços do Concelho (CAMPOS, 1989, p. 19). 




 Antiga Rua da Boga, actual Rua dos Condes de Abrantes.





Câmara de Abrantes.



Fotos: www.leme.pt e da Igespar



Fonte: http://www.igespar.pt/patrimonio
"Toponímia Abrantina."
Autor(es) CAMPOS, Eduardo



terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Convite




Lançamento do livro "Judeus Ilustres de Portugal", dia 30 de Janeiro, no El Corte Inglês.






(Clique na imagem para ampliar)




Lembrar Ilan Halimi








Ilan Halimi,  foi um jovem judeu francês de ascendência marroquina, sequestrado a 21 de Janeiro de 2006, por um grupo auto intitulado de "Gang of Barbarians" e, posteriormente, torturado, ao longo de um período de três semanas, o que resultou na sua morte.

Halimi foi inicialmente enterrado no cemitério Paris Pantin, perto de Paris, antes de ser enterrado no cemitério Har HaMenuchot em Jerusalém, Israel, a 9 de Fevereiro de 2007. 



segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A frase da semana







“Muitos bens, muitas preocupações”.



Pirké Avot – Sentença dos Pais




Judiaria de Lamego








Desde o século XIV que os judeus de Lamego ocupavam a área entre o castelo e a igreja de Stª. Maria de Almacave. 

Já no século XV, os bairros judeus eram já dois; o mais antigo (judiaria velha), localizava-se muito próximo da Porta do Sol, o que correspondia à judiaria nova ou do fundo, junto ao adro da igreja citada.





Porta do Sol.

Fotografia de João Nuno Carvalho 
Retirado de: http://jnssc.blogspot.pt


Neste bairro localizava-se a sinagoga na antiga Rua da Esnoga. Em 1436, estimava-se em mais de 400 os habitantes judeus das duas zonas. 





Rei D. Duarte.





A partir do reinado do rei D. Duarte, os dois bairros eram encerrados à noite através de portas colocadas para esse efeito. Estas localizavam-se respectivamente na rua que abria para a Praça (do Comércio) e na que abria para o adro da igreja de Almacave.



Rua do Almacave.

Fotografia de Lala
www.minube.pt/fotos/lamego


A actual Rua Nova correspondia ao primeiro caso (mais a Rua Travessa da Fonte Velha, Rua da Seara e Rua da Cruz) e inclusivamente chegavam a ocupar a Rua do Almacave. Na Rua Nova (antiga judiaria nova) pode ver-se um característico portal ogival, granítico (agora com inscrição cristã). Poderá ter sido aqui a antiga Sinagoga.

José de Lamego, sapateiro judeu, foi quem recebeu de Pêro da Covilhã na cidade do Cairo, as informações que de seguida permitiram a D. João II conhecer todos os dados referentes às costas leste africana, Península Arábica e Índia, criando os alicerces para a viagem de Vasco da Gama a 8 de Julho de 1497, (ano limite para a expulsão dos judeus em Portugal).





Pêro da Covilhã.
Fotografia de Rafael Baptista (2012).



Fontes: www.redejudiariasportugal.com
    Wikipedia
www.lamegoimage.blogspot.com




Rir é o melhor remédio...




O rabino e o bispo




Um rabino e um bispo são convidados para um jantar. O rabino aceita com a condição de que a comida seja pura “kosher”. 
Durante a refeição, o bispo olha de soslaio para os pratos do rabino, diferentes dos demais comensais e a certa altura não consegue deixar de perguntar com alguma indignação:

- Caro rabino, quando é que chegará o dia em que finalmente eu e o senhor poderemos comer da mesma comida?

O rabino, percebendo de imediato a "crítica encoberta" do bispo, respondeu no mesmo tom:
- Se D'us quiser, senhor bispo, será no dia do seu casamento...




sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

A Lúcio, poeta português





      Lúcio, tu cantas Virgínio, ilustre pela vitória do líbico Marte, e as ímpias revoltas do Xerife e o mar de Tartesso coberto das armadas turcas.


      E também referes, em versos latinos, as públicas festas e a alegria da manhã célebre em que foi entregue a Sebastião, filho póstumo, o ceptro do antigo Luso.



      Num e noutro tema, brilha o vigor do teu alado engenho. Nem tu és espírito sem arte ou ignorante dos princípios que ensinam os escritos brilhantes do Panécio. As águas do Permesso, às límpidas correntes do Douro tu as misturas, e cinges a tua cabeleira duma coroa fresca. Ó honra, ó glória, ó esplendor da pátria gente e protecção singular do teu poeta!



      A mim, a saudade da minha mãe e o meu pai, vítima de triste sorte, me forçam a passar em lágrimas os dias, em lágrimas as noites contínuas, em cruel sucessão, lá por onde o Pó, entre choupos, banha as muralhas do senhor Hércules, com a sua linfa vítrea; o Pó, célebre pela sua foz de sete bocas, com que a seguir acrescenta o mar Adriático.



      Aqui eu suspiro, aqui, expulso do lar paterno, eu choro e, profusamente, nas minhas derradeiras preces, a Deus rogo que por fim se compadeça de quem lhe suplica.





Diogo Pires ou Didacus Pyrrhus Lusitanus








Diogo Pires (1517 – 1599), como muitos outros cristãos-novos, fugiu de Portugal na primeira metade do século XVI. A expulsão dos judeus que recusaram o baptismo em 1497 e o massacre de cristãos-novos que teve lugar em Lisboa em 1506, não prenunciavam nada de bom, tal como veio a demonstrar-se com a vinda da Inquisição para Portugal, em 1536.







Gravura a cobre intitulada "Die Inquisition in Portugall" por Jean David Zunner retirada da obra "Description de L'Univers, Contenant les Differents Systemes de Monde, Les Cartes Generales & Particulieres de la Geographie Ancienne & Moderne." por Alain Manesson Mallet, Frankfurt, 1685, da colecção privada do Dr. Nuno Carvalho de Sousa.




Ao contrário de muitos conversos portugueses com formação universitária que partiram para o estrangeiro, Diogo Pires não era médico, embora deva ter estudado medicina. Era sim um humanista e foi um poeta excelente em língua latina.

Nasceu em Évora em 5 de Abril de 1517. Deverá ter sido baptizado, mas isso não lhe ofereceu suficiente segurança para ficar em Portugal. Foi estudar para Salamanca em 1535, terá passado por Sevilha, Toledo e Paris, mas em 1536 aparece já em Liège. Matriculou-se em Lovaina no início de 1536, o que lhe permitiu conviver com os literatos do seu tempo. Esteve vários anos na Flandres, onde encontrou Girolamo Falletti, que mais tarde incluiu poemas dele nos seus livros. Composições suas aparecem em diversos livros impressos na Flandres.





Cidade de Évora.

Fotografia de João Vieira - Viajamos.com.br





Placa colocada numa rua em Évora.

Fotografia retirada de: thedailymiacis.blogspot.pt
(Sofia Miacis)




Por volta de 1540, Diogo Pires chega a Itália, e instala-se por uns tempos na cidade de Ferrara. 


No início de 1549 vai para Ancona. Em Maio e Junho de 1552, desloca-se a Roma, onde reinava então o Papa Júlio III, relativamente tolerante para com os judeus. Ali encontra D. Miguel da Silva, então ainda muito prestigiado.

Desde finais de 1552 até 1556, não há muitas notícias do paradeiro de Diogo Pires.

Entretanto, a relativa bonança de que gozavam os judeus em Itália, terminou com a eleição do Cardeal Caraffa como Papa Paulo IV em 23 de Maio de 1555 e que lhes promoveu uma perseguição cerrada. Os judeus portugueses de Ancona foram dos que mais sofreram. O Prof. Andrade conclui que o pai de Diogo Pires,  Henrique Pires ou Isaac Cohen foi queimado nos autos-de-fé que ocorreram entre 7 e 12 de Junho de 1556.

Em fins de 1556 ou princípios de 1557, Diogo Pires saiu de Itália para Ragusa, hoje Dubrovnik. Era na altura uma pequena república independente, que fazia a ponte entre a Europa e o Império Turco, onde se integrava a actual Bósnia. Ali ficou até à morte, em 1599,  de tal modo que é praticamente considerado na Croácia como um poeta nacional.


Convém saber distinguir o poeta Diogo Pires, de que aqui referimos, do intitulado messias Diogo Pires, com o nome judeu Solomon Molcho ou Salomão Molco, que foi executado na fogueira em Mântua, em 1532.





Assinatura do português Salomão Molco ou Molcho.




Fonte: http://www.arlindo-correia