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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

"Os judeus marafados"


Após a conquista definitiva do Algarve aos muçulmanos pelos exércitos de D. Afonso III (O Bolonhês), em 1249, este soberano terá ali encontrado uma população bem heterogénea, composta essencialmente por muçulmanos, moçárabes e judeus, e de facto, estes últimos já há muito viviam naquela região pertencente à província da Andaluz.
As suas comunas eram numerosas, e seus habitantes estavam mais ou menos bem inseridos no tecido social de localidades como Lagos, Alcoutim, Alvor, Silves, Loulé, Faro e Tavira.
Sobre Lagos, encontrei uma breve passagem da Chancelaria do rei D. Manuel sobre os judeus que viviam nesta localidade, e que passo a transcrever:


A Diogo de Sousa, Rendeiro del-rei e morador em Tavira, e a Sebastião Nunes e a outros, mercê da rua, que não das benfeitorias de casas feitas onde antes era a Judiaria.

Data - 3 de Janeiro de 1504



"Em tempo do rei D. João II havia tantos judeus que, por não caberem na Judiaria de Lagos, el-rei mandara que numa azinhaga, entre a judiaria e a cristandade, se fizesse rua pública de judiaria onde se recolhessem os judeus que fora viviam espalhados. E que os cristãos trocassem suas casas, que nessa rua tinham, com os judeus ou lhas vendessem. E depois que os ditos judeus foram cristãos, ele Diogo de Sousa, Sebastião Nunes e outros senhorios haviam cerrado as portas da judiaria e aberto outras por detrás, e tomaram a dita rua e fizeram nela casas. Gaspar Rodrigues a escreveu."





Chancelaria de D. Manuel I, livro 21