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quarta-feira, 11 de julho de 2012

Curiosidade





Em Faro houve uma importante e activa colónia judaica que no final do século XV imprime localmente o "Pentateuco", o primeiro livro português. A comuna de Faro terá sido sempre uma das mais distintas da região algarvia e das mais notáveis do País, em todos os tempos, com muitos artesãos e muita gente endinheirada, sendo frequentes no século XIV as ligações comerciais de judeus e cristãos. A manifesta prosperidade dos judeus farenses no século XV é interrompida pela carta patente de Dezembro de 1496 em que D. Manuel I os expulsa de Portugal, caso não se convertessem ao catolicismo.
Assim, oficialmente, e só neste sentido, deixaram de existir judeus em Portugal, o que também aconteceu em Faro, sendo que, no local onde estava implantada a judiaria, na Vila Adentro, tivesse sido mandado erigir o Convento da Senhora da Assunção.

 


O Convento da Senhora da Assunção

 É  um edifíco "notável" de Faro onde funciona actualmente o Museu Municipal de Faro (anteriormente designado Museu Municipal Arqueológico e Lapidar Infante D. Henrique) e que integra diversas colecções de pintura, escultura, arqueologia e vestígios arqueológicos romanos e medievais. Situado na "cidade velha" (Vila-Adentro),foi mandado construir em 1519, na antiga judiaria de Faro com a finalidade de receber uma comunidade franciscana que seguia os ensinamentos de Santa Clara.
A escolha do local para edificação do Convento foi numa zona nobre da cidade, situada na Vila Adentro, junto a uma das portas de entrada (a do Repouso) e num local semi-abandonado devido à expulsão dos judeus em 1497.A construção do convento prolongou-se por mais de quarenta anos, com o patrocínio régio das Rainhas D. LeonorDonatária da Cidade e mulher de D. Manuel I, de 1519 a 1525 e da Rainha D. Catarina, mulher de D. João III, de 1529 a 1550. A fase mais activa do estaleiro, teve como arquitecto Afonso Pires e de 1561 a 1564, sob as ordens de Diogo Pires.
No convento é de destacar o estilo renascentista, com uma igreja manuelina e cúpula barroca. Extintas as Ordens Religiosas, em 1834, o convento passa para a mão de particulares, tendo inclusive servido de instalações de uma fábrica de rolhas de cortiça, no início do século XX.
Entretanto  classificado como Monumento Nacional, a autarquia comprou o edifício em 1960 para instalação da Biblioteca e Museu Municipal.Apesar dos saques efectuados pelas tropas inglesas de Conde de Essex (que igualmente atentaram contra outros edifícios em Faro em 1596) e do terramoto de 1755 é um dos melhores exemplares do Primeiro Renascimento no Algarve.



Este Museu possui um espólio, constituído por exemplares arqueológicos dos períodos Romano, Árabe e Medieval, pintura antiga do século XVI a XIX destacando-se as obras de Domingos Sequeira e várias colecções, nomeadamente a de Ferreira d´Almeida (pintura, jóias e artes decorativas).