Nascido em Zaragoza no ano de 1240, filho de um rabino, começou por residir em Tudela (município de Navarra) até à adolescência. Em 1258 seu pai morre, e com dezoito anos, Abulafia já há muito estava inserido no estudo da Torah e do Talmude, algo perfeitamente natural para quem era filho de rabino. Dois anos mais tarde, parte numa viagem à Terra Santa e ao chegar a Akko - Acre, vê esta região mergulhada numa profunda desolação devido aos anteriores conflitos entre cristãos e muçulmanos.
Entre 1260 e 1270 viaja pela Grécia onde se casou, e posteriormente parte para Itália. Nessa época descobriu a filosofia aristotélica e Maimónides. Estudou na cidade italiana de Cápua com o mestre Hillel de Verona, sendo iniciado no Sefer Yetzirah por Baruch Togarmi.
Corria o ano de 1271 quando retorna a Barcelona, onde se dedicou quase inteiramente ao estudo deste livro e onde tem as suas primeiras visões proféticas. Viaja pela Espanha expondo a sua doutrina.
Em 1273 deixa a Península Ibérica, levando uma vida errante, partindo uma vez mais para a Grécia e Itália.
Já em 1279 retorna a Cápua e abre uma escola para estudos da Cabala.
Um ano depois vai para Roma, a fim de interceder pelo destino dos judeus e com o intuito de converter o Papa ao judaísmo. O Papa Nicolau III ao saber desta estranha e audaz notícia, decide por todos os meios condená-lo à morte. Por sorte, no mesmo dia em que Abraão ben Abulafia entra na cidade eterna, o Papa morre, a 22 de Agosto de 1280, não se livrando contudo de ser preso durante 28 dias.
Após cumprir pena, é expulso de Roma e passa uma temporada em Messina, onde escreveu uma das suas obras mais importantes: o "Or-ha Sekhel". Vai permanecer na Sicília até 1288.
A sua actividade literária abrange os anos de 1271 a 1291, consistindo a sua obra em livros, tratados sobre gramática e poemas, entre os quais só trinta sobrevivem.
Escreveu comentários: três no Guia dos Perplexos - "Sefer ha- Ge ' Ulah" (1273), "Sefer Chayei ha-Nefesh" e "Sitrei Sefer Torah" (1280); no "Sefer Yetzirah - otzar Éden Ganuz" (1285/86), "Gan Na' ul", e uma terceira ainda sem título, bem como um comentário sobre o Pentateuco - "Sefer-Maftechot ha-Torah" (1289).
Escreve finalmente o seu último título em 1291, o mais inteligível de todos, o manual "Imre Shefer".
Neste mesmo ano perde-se o rasto de Abulafia.
Foi um homem que aderiu às circunstâncias do agitado século XIII, marcado por uma vida tempestuosa e aventureira, que fez dele alguém bastante sólido na defesa dos seus valores.
Fontes: Wikipedia e Jewishencyclopedia