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terça-feira, 1 de maio de 2012

Exposição em Trancoso




“Aristides Sousa Mendes” é homenageado em Trancoso de 25 de Abril a 10 de Junho através de uma exposição fotográfica evocativa da vida e obra do Cônsul de Portugal em Bordéus que desobedecendo a ordens do Chefe do Governo, António Oliveira Salazar emitiu vistos consulares que salvaram mais de 30 mil pessoas, sobretudo judeus, das perseguições e campos de morte nazis da II Guerra Mundial.

O Presidente do Município, Júlio Sarmento sublinhou que, “ao promover esta mostra, a Câmara Municipal de Trancoso e a TRANCOSO EVENTOS – Entidade Empresarial Municipal EEM pretendem dar conhecer, sobretudo aos mais novos, a personalidade humana, o empenho de um português em defesa da Vida e da Liberdade mesmo não acatando as ordens que Salazar lhe dera, atitude que resultou na sua destituição, em sucessivas injustiças mas que determinaram para sempre a sua identificação como uma das mais destacadas personalidades portuguesas”.

Recordou que a maioria dos que salvou das garras do III Reich de Adolf Hitler entraram em Portugal pela fronteira de Vilar Formoso.

Aristides de Sousa Mendes do Amaral e Abranches nasceu em Cabanas de Viriato, Carregal do Sal (Viseu) a 19 de Julho de 1885 e faleceu em Lisboa a 03 de Abril de 1954).

Era filho de José de Sousa Mendes, terminou a carreira de juiz no Tribunal da Relação de Coimbra. A mãe, Maria Angelina do Amaral e Abranches, também da região, descendia da “Casa de Midões”, uma Casa com tradições “Liberais”. Aristides de Sousa Mendes tinha um irmão gémeo, César, e um irmão mais novo, José Paulo

Foi Cônsul de Portugal em Bordéus no ano da invasão da Franca pela Alemanha Nazi na Segunda Guerra Mundial.

Cursou Direito na Universidade de Coimbra, juntamente com seu irmão César, tendo sido um dos seis melhores estudantes do seu curso. Depois de se licenciar, em 1907, com 22 anos, fez o estágio de advocacia, tendo defendido alguns casos no início da sua carreira.


Em 1910, ainda durante a monarquia, Aristides e César ingressaram na Carreira Diplomática. Aristides exerceu funções como Cônsul de Carreira na Guiana Britânica, em Zanzibar, no Brasil (Curitiba e Porto Alegre), nos Estados Unidos, (San Francisco e Boston), em Espanha (Vigo), no Luxemburgo, na Bélgica e, finalmente, em França (Bordéus).

Casado com sua prima direita Maria Angelina, em 2009, a família de Aristides de Sousa Mendes foi crescendo a par da sua carreira diplomática. Assim, quatro dos seus filhos nasceram em Zanzibar, dois no Brasil, dois nos Estados Unidos, um em Espanha, dois na Bélgica e três, perfazendo o total de 14, em Portugal. Valorizando a presença da família, Aristides de Sousa Mendes optou por nunca dela se separar, assegurando a educação dos seus filhos, em todos os países por onde passou. Assim, para além da educação académica, todos tiveram acesso a aulas de pintura, desenho e música.

Facilmente fazia amizades. Em Zanzibar, por exemplo, o Sultão foi padrinho de dois dos seus filhos. O Rei Leopoldo da Bélgica terá dito uma vez em público: “ah, voilà mon ami, le Consul Général du Portugal!” Durante os 9 anos em que viveu na Bélgica, Aristides de Sousa Mendes conviveu com o dramaturgo Maeterlinck, Prémio Nobel da Literatura, assim como com Albert Einstein, que “lá foi a casa”, em 1935, quando deixou a Alemanha.

Aristides Sousa Mendes desafiou ordens expressas do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, António de Oliveira Salazar, (cargo ocupado em acumulação com a chefia do Governo) e concedeu 30 mil vistos de entrada em Portugal a refugiados de todas as nacionalidades que desejavam fugir da Franca em 1940. Salvou, Assim, dezenas de milhares de pessoas do Holocausto, dos quais mais de 10 mil judeus.





Fonte: www.cm-trancoso.pt