Judiaria de Torres Novas
Torres Novas parece ter tido povoamento judaico desde o ínicio do século XIV, uma vez que as autoridades municipais reconheceram nas Cortes de Elvas de 1361, o despovoamento do concelho por motivo de pestes e fomes, relatando que a judiaria desta localidade era apartada e lá viviam muitos judeus.
“Dizeis que nessa vila há judiaria apartada em
que moram peça de judeus,
os quais não têm carniceiro
entre eles que lhes talhem as carnes que hão-de
comer como costume…”
Igreja de Santiago
Esta judiaria estaria localizada no exterior da cerca velha, entre Valverde e a Rua Direita, ligando com as Praças Velha e Nova, bem próxima da igreja de Santiago.
Nos finais do século XV, a sua população aumentou e à judiaria foi autorizado a permissão para alargar a casa das Toras da sinagoga, e adquirir a casa que lhe estava anexa, para abrir nela uma porta.
A sinagoga estaria situada a meio da Rua da Judiaria, sendo que as casas que compunham esta comuna, eram pertença das Confrarias de Santa Maria dos Anjos e de Jesus.
Após o ano de 1496, a judiaria passou a designar-se Vila Nova.
Ficaram alguns vestígios na topónimia, ligados há presença dos judeus:
"Vale de Judeus" (o cemitério), ou os "Rabis", junto à Golegã.
Fonte: "As Judiarias de Portugal", edição dos CTT, de Maria José Ferro Tavares