sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Sugestão para Setembro





Visite o nosso 
 património !!!





Tzahal em alerta







Perante a iminência de um ataque de retaliação vindo do regime sírio, cidadãos israelitas fazem filas para receberem uma máscara de gás.
Israel por precaução, já não só activou o seu moderníssimo sistema antimíssil, bem como o tzahal se prepara para um possível conflito com o seu vizinho.




 Notícia e fotografia da © Reuters
(Diário de Notícias)







quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A frase da semana









 “As pessoas que mais admiro são aquelas que nunca acabam.”




Almada Negreiros



Solidariedade








Portugal está solidário com os milhares de bombeiros que com esforço e dedicação a uma grande causa, lutam diariamente contra os fogos.  


obrigado !!!








Imagens retiradas da sic notícias e
do primeiro de janeiro


Abraham Pais




Abraham Pais (Amesterdão, 19 de Maio de 1918 — Copenhaga, 28 de Julho de 2000), foi um físico holandês e um teórico da física quântica.

Como profundo conhecedor da física do século XX e do seu desenvolvimento, Pais ganhou reconhecimento internacional; como colega, mais tarde parceiro e amigo de Albert Einstein, pertence a ele a mais representativa biografia sobre Einstein. 






Abraham Pais estudou Física na Universidade de Utrecht, quando os alemães, em Maio de 1940, ocuparam os Países Baixos. Em Junho de 1941, poucos dias antes de todos os judeus serem proibidos de frequentar as Universidades, consegue ainda apresentar sua monografia. Seu trabalho chama a atenção de Niels Bohr, que quer levá-lo para o seu país, a Dinamarca. Mas Pais precisa de fugir da perseguição da Gestapo e vive por mais de um ano escondido na Holanda. Pouco antes do final da Segunda Guerra Mundial, Pais é capturado pela Gestapo, mas sobrevive.

Depois da guerra trabalhou no Instituto para a Física Teórica em Copenhaga.  Em 1946, transfere-se como físico teórico para o Instituto de Estudos Avançados em Princeton, onde ele, devido ao seu trabalho, recebe o apelido de "Senhor Teoria Quântica" e conhece Albert Einstein.

Suas mais importantes contribuições dizem respeito à teoria moderna das partículas elementares. Em 1941 identifica prótons e neutrons com o conceito de "Núcleo Atómico , em 1952, ele explica como uma determinada partícula subatómica pode rapidamente surgir, mas demorar muito tempo para se desintegrar, já em 1955 publica um trabalho teórico muito aguardado sobre as leis da mecânica quântica. Dos conhecimentos ali descritos, os físicos Val Logsdon Fitch e James Watson Cronin retiraram anos mais tarde a base para as experiências que lhes deram o Prémio Nobel de Física em 1980.






Em 1956 naturaliza-se cidadão dos Estados Unidos. Sua auto-biografia A Tale of Two Continents (Princeton, 1997) conta a sua história de vida como físico em um mundo turbulento.

Pais, talvez tenha ficado mais conhecido pela sua biografia de Albert Einstein, (em inglês: Subtle is the Lord, Oxford, 1982), e sua sequência  "Einstein Viveu Aqui" (em inglês: Einstein Lived Here).

Abraham Pais escreveu também a história dos físicos no século XX, Inward Bound (Oxford, 1986), uma biografia de Niels Bohr, Niels Bohr's Times, In Physics, Philosophy and Polity (Oxford, 1991), e "Os Génios da Ciência" (em inglês: The Genius of Science: A Portrait Gallery (Oxford, 2000).

Foi ainda professor de Física na Universidade Rockefeller, membro da Academia Nacional das Ciências, da Sociedade Americana de Filosofia e da Academia Americana das Artes e Ciências. Faleceu em 2000, com 82 anos.

É descendente de judeus sefarditas que partiram de Portugal no século XVII, daí a origem do seu sobrenome Pais.





Fontes e imagens: Wikipédia
http://todayinsci.com/http:/
www.nybooks.com/galleries/david-levine-illustrator
www.aps.org/



Citação judaica




“Todos os dias, a nossa vida recomeça de novo.” 






"O círculo da vida", da pintora Chava Devorkin.



Jornadas do Património




Jornadas Europeias do Património 2013 Património/Lugares - dias 20, 21 e 22 de Setembro.




Concertos









Micveh




A Sinagoga de Água é um edifício no centro histórico da cidade de Úbeda , província de Jaén , Andaluzia,  Espanha, onde se encontrou em prospecções arqueológicas uma série de salas que haviam sido escondidos por um longo período de tempo.
As primeiras descobertas foram feitas por acaso para realizar a demolição de um grupo de casas. Durante a execução das obras, apareceu capitais e outros vestígios arqueológicos. Durante um período de dois anos, foi realizado um estudo aprofundado para trazer à tona diversas estruturas que estavam escondidas em diferentes partes do edifício. 




A Sinagoga de Água consiste nas seguintes áreas:

Pátio - Trata-se de um pequeno pátio com arcadas. Pode ser observado nas mesmas duas colunas com os originais capitais de folha de palmeira, simbolizando a menorah judaica.
Grande sala - É uma sala dividida em três naves separadas por arcos. Está localizada abaixo do nível da rua, os arcos foram integrados e escondidos nas paredes da velha casa que pertencia ..
Galeria mulheres -  Esta galeria encontra-se a um nível maior do que o quarto principal e é, presumivelmente, o espaço para as mulheres e as crianças puderam assistir na época às cerimónias religiosas.
Loja -  Localizado sob uma abóbada, contém um conjunto parcialmente enterrado de grandes potes que, aparentemente, eram usados ​​para armazenar óleo e outros alimentos.
Micveh - É o lugar destinado para banhos de purificação ritual. De acordo com a religião judaica, a caixa deve ser grande o suficiente para que a pessoa pudesse mergulhar totalmente na água, e não podia ficar água parada, indicando um fluxo constante de renovação.

Alguns especialistas têm afirmado desde Novembro de 2011, que consideram prematuro dizer que o edifício a que se designa como Sinagoga de Água é realmente um templo. Aguarda-se futuramente mais informação definitiva sobre este caso. 





Loja




Grande sala



Fotos:  www.tripadvisor.com.br

Via:  Wikipédia e Red de Juderías de España


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

José Salvador








Bandeira da Companhia das Índias Orientais.





Joseph Salvador ou José Salvador (1716 – 1786), foi o primeiro judeu e luso-descendente a exercer o cargo de Director da Companhia das Índias Orientais, pelo ano de 1753. Era descendente de judeus portugueses da cidade de Tomar, que haviam escapado à Inquisição emigrando primeiro para os Países Baixos, posteriormente para Inglaterra.

Salvador era líder da comunidade de judeus sefarditas de língua portuguesa de Londres. Foi um proeminente mercador e empresário, emprestou avultadas quantias ao governo inglês e foi escolhido para representar a comunidade judaica junto ao Rei Jorge III de Inglaterra.

Reconhecendo o potencial dos Estados Unidos como refúgio para os judeus, patrocinou a passagem de pelo menos 42 correlegionários para a Geórgia, onde fundariam uma comunidade judaica em Savannah, além de ter adquirido ele próprio uma propriedade na Carolina do Sul. Esta, que seria ocupada pelo seu bisneto Francis Salvador, patriota americano. José Salvador ficou arruinado pelo terramoto de 1755 em Lisboa, cidade em que tinha investimentos consideráveis, e pela falência da sua companhia pouco depois.




A Companhia Inglesa das Índias Orientais (mais tarde chamada Companhia Britânica das Índias Orientais) foi uma companhia formada por comerciantes de Londres, em 1600, com o nome de “Company of Merchants of London Trading to the East Indies”, a quem a rainha Elizabeth I concedeu o monopólio do comércio com as “Índias orientais” por um período de 15 anos.


A Companhia Britânica das Índias Orientais tinha o monopólio da venda do chá nas colónias. Sem concorrência, ela vendia seu produto mais caro do que o chá contrabandeado da Holanda e vendido pelos comerciantes locais. Para combater a taxa sobre o chá e conseguir mais liberdade de comércio, alguns colonos iniciaram uma campanha, pedindo ao povo que consumisse o chá Holandês, mais caro mas sem impostos. O ponto alto da campanha foi a Festa do chá de Boston. Em 16 de Dezembro de 1773, um grupo de colonos, disfarçados de índios Mohawk, abordou 3 barcos da Companhia, atirando 342 caixas de chá para as águas do porto de Boston.




Via: thesaurus.babylon.com



terça-feira, 20 de agosto de 2013

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Exposição - Espanha







O Centro Cultural Integrado "Isabel" de Medina del Campo, apresenta a exposição "Harmonias de Azul e Ocre", de 15 Agosto a 22 de Setembro de 2013. Das 8h00 horas às 15h00 horas. 

(Sábados domingos e feriados encerrado).

Esta exposição é organizada pela Câmara de Córdoba e Red de Juderias, e patrocinado pelo Departamento de Cultura da cidade de Medina del Campo.





Via: Red de Juderías de España



domingo, 18 de agosto de 2013

A frase da semana







"Incerteza, oh, que deleite 
Vós e eu nos vamos 
Como se vão os caranguejos, 
para trás, para trás."



Guillaume Apollinaire


Fonte - L'écrevisse



Judiaria de Sintra






Palácio Nacional da Vila de Sintra.







A primeira referência à Judiaria de Sintra remonta pelo menos ao século XII. Era uma pequena comunidade, tinha rabino, tabelião, porteiro, e uma só rua.
A sinagoga surge numa carta de aforamento em 1407.
Esta comuna teve um relativo crescimento devido à necessidade de ferrar o cavalo e ao aumento da produção económica da localidade.

A partir do ano de 1480, têm um rabino de nome Salomão ben Crespo. Nos finais do séc. XV, esta comuna tinha um rendimento aproximado de 600 reais, o que é relativamente modesto em relação a judiarias como Lisboa, Santarém, Évora, Coimbra ou Porto.






Entrada da antiga judiaria.





Durante o reinado de D. Afonso V, houve queixas por parte dos cristãos, devido à tentativa de expansão do comércio dos judeus para sectores mais alargados da urbe sintrense, o que levou o soberano de imediato a ordenar para que todo o judeu só pudesse utilizar a porta da judiaria como local de comércio.

Nos finais do século XV, princípios do séc. XVI, cristãos-velhos denunciam às autoridades da época, que crianças cristãs-novas brincavam junto à igreja de S.Pedro de Canaferrim.
Em 1501, há queixas de práticas judaizantes contra a população de cristãos-novos em Sintra.

Em 1503, última referência documental à sinagoga de Sintra (esnoga).

A judiaria situa-se na actual Rua das Padarias, (Rua Nova).





A Judiaria está localizada neste desenho de Duarte de Armas (1509), no canto inferior esquerdo.




Levantamento dos principais nomes judeus e suas profissões de Sintra, durante os finais do século XIV e XV:


1390 - Lecim-Ledi, profissão desconhecida.
1382 - Jacob Navarro, arredentário das sizas gerais e dos vinhos de Sintra, Cascais e da povoação de Cheleiros.
1405 - Mousem, ferreiro.
1441 - Samuel Weemias, sapateiro.
1441 - Juda Almate, desconhecida.
1441 - Salomão Falaz, tecelão.
1442 - Jach Alufe, sapateiro.
1442 - Judas Guedelha, alfaiate.
1442 - Jacob de Baiona,ferreiro.
1449 - Yoce Fadalley,desconhecida.
1456 - Judas Guedelha, sapateiro.
1457 - Anto Cohen, alfaiate.
1457 - Abraão Ruivo, ferreiro.
1463 - Salomão Palaçano, desconhecida.
1468 - Isaac Alcaide, desconhecida.
1469 - Salomão Palaegno, filho de Palaçano,mercador.
1471 - José, ferrador.
1480 - Moisés Sassor, neto de Palaçano, desconhecida.
1490 - Salomão ben Crespe, rabino.
1496 - Moisés de Saragoça, cirurgião.






Fotografias de Rafael e Carlos Baptista
Vídeo elaborado por Rafael Baptista



Fontes: Biblioteca Municipal  e 
Obra em seis volumes, ano de 1997/8, dedicada a Alfredo da Costa Azevedo. CMS.




quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Sugestão







Situada entre falésias, a Praia da Adraga possui um mar considerado perigoso devido às suas correntes, no entanto, por estar protegida pelas arribas não está tão exposta às fortes rajadas de vento, normais nesta área. Ideal para realizar passeios fora da época balnear. Está inserida na área do Parque Natural Sintra-Cascais e fica junto à aldeia de Almoçageme.






Na escarpa Sul da praia, existe a Pedra de Alvidrar ou (pedra do juízo), enorme rocha que desce, quase na vertical, até ao mar e que, segundo a tradição local, era sítio iniciático para os jovens mancebos provarem a sua valentia descendo-a e subindo-a com risco da própria vida. No mesmo local, a cerca de cinquenta metros da arriba, é imprescindível dar uma olhadela ao Fojo, poço natural muito profundo que, na sua base, tem comunicação com o mar. A gruta do Fojo resultou da acção corrosiva da água das chuvas, através das fracturas existentes nas rochas calcárias, conjugada com a acção erosiva das ondas, que originaram um labirinto de grutas, cavernas e enormes fendas. 










Consta que os romanos acreditavam existir um Tritão a tocar búzio no fundo do buraco do Fojo, com cerca de 90 metros. 

Na realidade, seria o ruído causado pelas ondas, mas na época foi até enviada uma embaixada ao Imperador Tibério para relatar o fenómeno. 
Já no período de ocupação islâmica, alguns condenados à morte eram enviados para o interior da gruta, caso sobrevivessem às marés ou de alguma queda, seriam perdoados, se porventura não regressassem, eram merecedores do terrível castigo e consequentemente culpados dos seus crimes. 



Fotos de Rafael Baptista



Fontes: sintraromantica.net/wikipédia e ezimut.com


Citação judaica






Pintura de Yoël Banarouche


“A grande responsabilidade do ser humano consiste em saber discernir. O mundo espera que cada um de nós assuma esta importante tarefa do justo equilíbrio.” 


quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Zacuto Lusitano





Zacuto Lusitano, nascido em 1575 na cidade de Lisboa foi um dos médicos mais marcantes da sua época. Proveniente de família judaica, pouco se sabe em relação aos seus pais. Pensa-se que o seu pai terá sido Diogo Zacuto e sua mãe Esther Zacuto, nascida em Amesterdão. Apesar de ter vivido em Portugal grande parte da sua vida, 50 anos, Zacuto Lusitano tornou-se célebre principalmente pelo tempo em que viveu fora do país. 






"(...) A gravura de Claude Audran dá conta da sua qualidade de Lusitano, de que nunca abdicou e lhe ficou no nome, referindo-se ele sempre aos Portugueses como Lusitani nostri (...).”  Eduardo Lourenço





Estudou humanidades no Colégio de Santo Antão, em Lisboa, e mais tarde, filosofia e medicina em Coimbra e Salamanca. Após a morte do seu pai, mudou-se para a Universidade de Siguenza, em Espanha, que embora menos conceituada seria mais acessível às suas possibilidades financeiras, e onde se doutorou por volta de 1594.



De regresso a Portugal, onde era conhecido como Manuel Alvares de Távora de forma a camuflar a sua origem judaica perante a Inquisição, foi obrigado a exercer medicina juntamente com outro médico em Coimbra durante dois anos para obter a sua licença médica e, ainda, a realizar o exame de habilitação perante o Físico-mor do Reino, uma vez que tinha frequentado uma Universidade estrangeira.








Por receio às perseguições da Inquisição, deslocou-se para Lisboa, onde se dedicou às vítimas da peste que devastou Portugal em 1598. Foi nesta época que adquiriu o prestígio que lhe permitiu a prática da clínica ilustre e remunerada. Mas, os tempos que se avizinhavam não eram de bonança para este ilustre clínico. Ainda temendo as acções da Inquisição, retirou-se, por volta de 1625, para Espanha e, depois, Amesterdão onde residiu até à sua morte acompanhado da sua esposa e dos seus filhos. Aí, finalmente, desenvolveu um notável trabalho, na prática da medicina e no estudo da sua história, atraindo clientela e firmando a sua reputação, tanto pelo seu saber como pela sua felicidade no tratamento dos doentes. Das suas obras salientam-se De Medicorum Principium Historia (1629-1642), que reúne as observações de grandes médicos da antiguidade às quais Zacuto acrescentou comentários e casos da sua prática clínica e De Praxi Medica Admiranda (1634) que agrega uma colecção de observações notáveis, na maioria colhidas por ele próprio, e algumas delas fornecidas por outros médicos. Foi neste local, também, que Zacuto se circuncidou a ele próprio e adoptou o nome de Abraão Zacuto, ao qual acrescentou Lusitano como referência à sua pátria.



Apesar de ter vivido numa época em que a perseguição e a humilhação dos judeus eram uma constante, este nobre e inteligentíssimo médico conseguiu enaltecer-se nos vários locais por onde foi passando e realizou várias actividades significativas. Interessou-se pelas propriedades de plantas exóticas, indicando o maracujá do Brasil como um dos frutos com qualidades curativas, do mesmo modo, exaltou as virtudes do cacau e do chocolate. Tratou magistralmente, ao longo da sua vida, e de igual forma, pobres e ricos. Foi convidado para assistir a uma autópsia, que era caracterizada, naquele tempo como um acontecimento de “Grande festividade...”, visto ser um acto raro que ocorria nos laboratórios de dissecação da Holanda. Conheceu praticamente os trabalhos de todos os médicos holandeses, os quais rotulou de eruditíssimos, doutíssimos e brilhantíssimos.





Texto de Ana Catarina Mateus, Ana Mendes, Alissa Tavares, Liane Moreira




Via: http://medicosportugueses.blogs.sapo.pt/



Rostos de Israel de Helmar Lerski (1871 - 1956)




Rostos de homens e mulheres vindos dos mais diversos locais do mundo. Expressões faciais marcadas pela vida de gente que ergueu os alicerces de toda uma nação.





O "mensageiro" de Israel, 1931.




Mãe de um jovem estudante de uma Yeshiva, 1932.




Mulher judia do Afeganistão, 1932.




Iemenita de Aden, 1931.




Operário judeu de origem polaca, 1937.




Via: http://safed-tzfat.blogspot.pt (Outubro de 2009).





domingo, 11 de agosto de 2013

Comunidade Judaica de Barcelos




A judiaria barcelense ficava na Rua Nova, que depois chamou-se Rua dos Lanterneiros e finalmente Rua do Infante D. Henrique.

“A judiaria era fechada por dois portões de ferro ao toque do sino da oração, na Igreja matriz de Santa Maria Maior. A sinagoga estava situada no local onde hoje se ergue a Estação Telégrafo-Postal. Num dos arrabaldes da povoação estava o cemitério judaico, cujo local se não pode já identificar” ( AMÍLCAR PAULO).






Quando da Conversão a comunidade era pequena. Dois de seus membros eram vistos como Rabinos: Mestre Thomáz da Victória e Isaac Cohen, ambos casados e com grande descendência. Os outros eram Francisco Netto e a esposa Velida Ruiva, Micol e Junca Montezinho, Velida e Isaac Rua, Rica e Mosén Montezinho, os castelhanos Benvinda e Junca Bencatel; Salomão Pés e sua esposa Mazaltov (filha do Rabino Cohen) e o casal Orovida e Santo Fidalgo – personagens deste ensaio genealógico. A estes judeus se integravam um grupo de cristãos-novos, como a família dos “Piolhos do Rabo”, vinda de Guimarães; dos “Salta em pé”, os “Cains” e as irmãs tripeiras de Vitória Braga.
As fronteiras étnicas já vinham sendo erodidas pelo casamento e pela conversão. A impressão é que os descendentes destes troncos judaicos tinham se integrado ao projecto da nacionalidade e religião única. Mesmo percebendo a hostilidade local, basta destacar alguns apelidos dados ao membro da comunidade para sentir este desprezo. Junte-se aos apelidos já citados, mais o “Capado” (Henrique Gonçalves, filho de Salomão Pés e neto do Rabino Cohen), os “Pintadiabos” (família de João Pires Nunes), dentre outros. Porém sessenta anos depois desta Conversão, observado o prazo da tolerância para a inserção, a Inquisição prendeu 23 cristãos-novos oriundos deste grupo. Pelos depoimentos é possível constatar que ainda restavam traços do Judaísmo nestas pessoas (GUERRA, Luis Bivar). Quase todos ainda “guordava ho sábado milhor q. pudia”, “assendia as suas candeias” e vestiam “camisas lavadas”. Lembravam-se do Yom Kippur (Dia do Perdão), “não comendo senão hua vez a noute”. Jejuavam várias vezes, o jejum da Rainha Esther e “o da destruição do tempollo de Jerusalém” (o 9 de Av). Observavam o Pessach (Páscoa). Guiomar Fernandes casherizava (fazia a comida de acordo com as leis alimentares judaicas), “desnervava a carne”. Todos acreditavam que “não era vyndo o mexias”. Maria Zores acrescentava que “avia de vir ate ho anno de sessenta”.





Barcelos - Fotografia retirada da livedreamdays.



O balanço da primeira investida da Inquisição é trágico. Mestre Thomas da Vitória teve uma filha, Leonor Nunes, que antes do baptismo chamou-se Mazeltov, queimada viva em Coimbra em 30 de Agosto de 1570. Ela já era uma velhinha. Francisco Netto teve o neto Thomas Nunes, médico em Vila do Conde, queimado em Lisboa, em 1596. O tintureiro Salomão Pés, uma bisneta queimada em 1626. Santo Fidalgo um trineto. Tragédia que se repetiria em outras gerações.
Da comunidade barcelense nos interessa Santo Fidalgo e a sua família. Só duas fontes documentam a sua presença, o registro no “tição” reservado aos cristãos-novos de Barcelos e os papéis da Chancelaria de D. Manuel (1469-1521). Tínhamos até aquela altura o seu nome de judeu, Santo Fidalgo e mais o seu nome de cristão-novo, mas nos faltava o seu nome religioso usado na chamado a leitura da Torah. Sabendo que muitas vezes o nome civil (kinnui) é correspondente do nome religioso, logo encontramos o par onomástico: Santo é a forma civil de Shemtov. A partir do nome de seu primogénito, Abraham, que é sempre do avô paterno entre os sefarditas, deduzimos o seu patronímico, Ele se chamava Shemtov b. Abraham na sinagoga, Santo Fidalgo no cotidiano e mais tarde com a conversão, Diogo Pires. A sua esposa chamou-se Orovida (o escrivão anotou Oro Inda) e tiveram quatro filhos, dois homens e duas mulheres, Abraham, que depois de baptizado chamou-se Gonçalo Dias, Esther (no manuscrito Icer), baptizada como Gracia Dias; Álvaro Dias e Reina.





de Jorge Neves