Figuras e factos
Joshua Benoliel, considerado como o
pai do fotojornalismo português
Benoliel no Rossio - Lisboa
Biografia de Benoliel
1873 – Joshua Benoliel nasce em Lisboa, é judeu e descendente de uma família hebraica que se instalou em Gibraltar.
1898 – Publica as primeiras fotografias, como amador, na revista Tiro Civil, ao mesmo tempo que participa em exposições de amadores fotográficos. Dessa forma terá conhecido D. Carlos, provavelmente através do fotógrafo e importador de produtos fotográficos Júlio Worm, amigo de Benoliel e da família real.
1900 – Nasce o seu filho, Judah Benoliel, que seguirá igualmente a carreira de foto-repórter.
1902 – Visita Gibraltar e Marrocos (país de origem dos seus pais).
1903 – Inicia a sua actividade no jornal O Século, no suplemento "Illustração Portugueza", onde realizará centenas de reportagens sobre os mais variados temas. Realiza as primeiras reportagens sobre a família real, nomeadamente, da visita do rei de Espanha Afonso XIII a Portugal.
1904 – Publica a primeira reportagem no diário espanhol ABC, do qual se tornará correspondente até 1932. Até esta data, acumula a profissão de despachante alfandegário com a de foto-repórter.
1905 – Realiza a reportagem sobre a visita do Presidente da República Francesa, Emile Loubet, tendo sido agraciado com as Palmas da Academia Francesa.
1906 – Viagem a Marrocos, para realizar a cobertura fotográfica da Conferência de Algeciras, sobre o futuro político daquele país.
1908 – Realiza a reportagem sobre o Regicídio.
1909 – É agraciado pelo rei D. Manuel II com a Ordem de Santiago. Acompanha D. Manuel II na sua viagem pela Europa.
1910 – Realiza a reportagem sobre a implantação da República.
1915 – Participa na “Exposição de Artes Gráficas de Leipzig”, onde obtém a Medalha de Ouro.
1916-1917 – Realiza diversas reportagens sobre os preparativos e a partida das tropas portuguesas para a Primeira Guerra Mundial. Em Novembro, acompanha o Presidente da República, Bernardino Machado, na sua visita às tropas portuguesas na frente, em França. Em Dezembro, faz a cobertura do golpe revolucionário de Sidónio Pais, que levou ao exílio de Bernardino Machado, e instaurou um período de ditadura militar, até ao assassinato de Sidónio Pais em 1918 Visita neste ano Havre, Marselha e Barcelona.
1918 – Abandona de forma oficiosa e pública o jornal O Século, bem como a sua actividade de foto-repórter. Exercerá funções como relações públicas dos hotéis Alexandre de Almeida, muito embora tenha continuado a realizar reportagens, sobretudo como correspondente estrangeiro.
1921 – Uma das reportagens que realiza, neste período, é a da Homenagem aos Soldados Desconhecidos, que decorreu em Lisboa e na Batalha.
1924 - Regressa ao jornal O Século (a Illustração Portugueza havia terminado a sua publicação em Abril desse ano), aí se mantendo até 1932, como foto-repórter, redactor e correspondente.
1926 - Continua o seu trabalho de correspondente do ABC de Madrid, sendo o redactor das notícias publicadas neste periódico, acerca do golpe militar de Gomes da Costa, que instaurou a ditadura militar.
1929 - Recebe a Ordem Militar de S. Tiago da Espada por proposta do Presidente Carmona, e realiza a reportagem fotográfica da visita do Chefe de Estado a Espanha.
1930 – Recebe a Ordem de Mérito Civil, concedida pelo rei de Espanha, Afonso XIII, a 11 de Março.
1932 – Morre a 3 de Fevereiro em Lisboa.
Lisboa - Antiga Casa Havanesa - princípio do século XX
(Hotel Aliance e Casa Havanesa)
Fotografia, Joshua Benoliel - 1913