segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Judeus em Alcongosta







Presença Judia em Alcongosta - Concelho do Fundão


Os Judeus foram uma parcela importante na população portuguesa ao longo dos séculos. Ora, em Alcongosta, também marcaram presença. Isso pode-se confirmar para além das típicas casas judias ainda existentes, na possível herança de alguns apelidos familiares e nas marcas dos cristãos-novos, maioritariamente cruciformes, nas padeeiras e umbrais de algumas habitações.

O desenvolvimento urbanístico de Alcongosta esteve, desde os primórdios da sua existência, ligado ao caminho romano que a atravessava e à zona envolvente à Igreja Matriz, e foi aí mesmo que os então judeus moravam. As artérias principais da época, segundo penso, eram a Rua do Vale, Praça, Rua da Fonte e Cimo do Povo, (entre outras) que acompanhavam o caminho romano.

Em 1496, D. Manuel, à semelhança dos reis católicos, ordenou a expulsão de todos os judeus de Portugal mas consciente de que a expulsão poria a economia do reino fragilizada, visto que era uma parcela populacional riquíssima, decide que poderiam permanecer em Portugal convertendo-se à religião católica, ordenando também o Baptismo de todos os filhos dos judeus e impossibilitou-os por várias formas de abandonarem o país.

Ora é desta medida manuelina, que nos aparecem um pouco por toda a beira as cruzes gravadas nas portas das casas onde habitavam os judeus, e Alcongosta não é excepção. Em várias casas aparecem esses símbolos da conversão forçada dos Cristãos Novos. Contudo muitas outras marcas poderão estar escondidas pelo reboco das casas e muita outras desaparecidas devido à falta de uma cultura de preservação da história das aldeias.

Algumas das casas onde podem ser vistas essas marcas: casa do Quim (praça), casa da Tasca do Levezinho (rua Dr Albino), casa senhor Joaquim (frente à junta, típica casa quinhentista), casas atrás da Igreja...


de João Nuno Rodrigues



Via: "Pedaços de Alcongosta"