segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Destaque literário
 


"Por todos os lugares onde se instalaram, os portugueses « de nação» tiveram sempre o cuidado de vincar bem a sua separação em relação aos Judeus de outras origens - os que não provinham da Península Ibérica.
Necessariamente associados com os espanhóis, muitas vezes confundindo-se com eles, dadas as relações familiares, culturais, históricas e de vizinhança, que existiam entre uns e outros, mantiveram uma conveniente
distância quanto aos alemães e polacos. Alguns chegaram a acrescentar ao nome as iniciais ST, de «Sefarad tahor», «Sefardim puro», para evitar confusões.
Esta atitude firme, repetida até ao final do século XVIII, tem sido muito criticada pelos historiadores de origem Ashkenazim, como seria de esperar, que acusam os Sefarditas de terem adoptado o orgulho fidalgo dos seus próprios perseguidores cristãos - dizem que as noções de «fidalguia» e de «grandeza», bem presentes na consciência dos Judeus ibéricos, eram puras imitações dos modelos de comportamento que
viam à sua volta, na sociedade espanhola, em especial, e também na portuguesa."


Já CECIL ROTH, na sua «HISTÓRIA DOS MARRANOS», acusou os portugueses de introduzirem no Judaísmo «o espírito de separatismo e de orgulho de classe, até então desconhecidos»...




 
«OS JUDEUS DO DESTERRO DE PORTUGAL»
ANTÓNIO CARLOS DE CARVALHO
QUETZAL EDITORES, LISBOA, 1999.