quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O mercador Julião


Luís Henriques Julião, cristão-novo, filho de Julião Henriques e de Branca Rodrigues, casado com Filipa Dias, era natural de Vila Flor, e exercia a profissão de mercador em Castro Laboreiro.
 
Foi detido a 14 de Maio de 1656, pelo Tribunal do Santo Ofício de Coimbra, acusado da prática de judaísmo.
Cumpriu quatro longos anos de prisão, e passou como se deve imaginar por momentos menos agradáveis, o confisco de bens, tortura, interrogatórios intermináveis, enfim, as honrarias habituais desta instituição eclesiástica.
Finalmente, a 23 de Maio de 1660, foi realizado Auto de Fé.
Luís Julião abjurou então a "Fé Mosaica", mas foi-lhe imposta várias determinações, que para bem da sua integridade física, deviam ser a partir daí escrupulosamente cumpridas :

 - Usar hábito penitencial.
- Ir á missa aos domingos e nos dias santos.
- Confessar-se nas quatro festas do ano: - Natal, Páscoa, Espírito Santo e Assunção de Nossa Senhora, e comungar se o confessor assim o entendesse;
- Jejuar todos os sábados e rezar o rosário de Nossa Senhora;
-Apartar-se da “gente da nação” e cumprir tudo o que prometeu na abjuração.

Recebeu "Termo de Soltura e Segredo", e após a sua saída do cárcere, desconhece-se o seu destino.



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