Ponta Delgada - Diário de Notícias - Ciência
Tesouro hebraico descoberto em Sinagoga
Historiador descobre património sobre comunidade judaica que se estabeleceu no País. Entre o material encontrado há documentos impressos e manuscritos
O historiador José de Almeida Mello descobriu um conjunto de objectos e documentos hebraicos na Sinagoga de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, Açores, que podem estabelecer o património judaico deste templo como um dos mais antigos e ricos de Portugal.
Ao despejar o conteúdo de uma velha arca guardada naquela sinagoga, José Mello encontrou uma vasta panóplia de objectos. Entre os achados estão documentos impressos e manuscritos, pergaminhos cuidadosamente enrolados, pequenos livros de bolso, uma mão em madeira, saquetas tendo no seu interior fitas de cabedal e tábuas da lei, pequenos documentos colocados no interior de tubos de vidro selados e ainda tecidos utilizados no culto religioso.
"Estaremos perante um legado com peças que podem ser anteriores ao século XIX e que remontam aos primeiros tempos dos judeus nos Açores", explicou, informando que o verdadeiro significado do achado será estudado por técnicos oriundos da comunidade israelita de Lisboa.
O que encontrou foi como entrar na "máquina do tempo e recuar" alguns séculos, conta o historiador guardião da Sinagoga de Ponta Delgada, fundada em 1836.
A primeira comunidade judaica em Ponta Delgada surgiu após o regresso a Portugal dos judeus, expulsos pelo rei D. Manuel em 1497 - os que não saíram do País foram convertidos à força ao catolicismo. Os que regressaram trouxeram consigo textos sagrados e documentos manuscritos que terão ficado como legado dos judeus entretanto radicados em São Miguel, de 1819 por diante.
De qualquer modo, na sua opinião, o acervo descoberto por José Mello remete, directa ou indirectamente, para o culto religioso hebraico e para a Torá, a "bíblia" do judaísmo. O historiador informa que as outras sinagogas portuguesas mais antigas em Portugal (em Tomar e Castelo de Vide) não têm o mesmo espólio da de São Miguel, reforçando assim o seu valor no que diz respeito à cultura hebraica.
Para José Mello, foi recompensadora a experiência de salvar do lixo objectos com importância histórica, cultural e religiosa. Na verdade, o historiador sente estar face a uma descoberta que entende ser de "grande valor. Foi como mexer nos artefactos de um povo ausente e expulso de Portugal ao longo de séculos".
José de Almeida Mello está convencido de que o achado ajudará a compreender melhor a primeira comunidade judaica que se estabeleceu em Portugal, nomeadamente em Ponta Delgada. O património agora descoberto já foi mostrado ao embaixador de Israel em Portugal, Ehud Gol.
A Câmara Municipal de Ponta Delgada está a elaborar um projecto para recuperar o antigo templo judaico na ilha, actualmente em ruínas, e que incluirá a criação de um núcleo museológico. Nos Açores, são poucos os seguidores do judaísmo.
Ao despejar o conteúdo de uma velha arca guardada naquela sinagoga, José Mello encontrou uma vasta panóplia de objectos. Entre os achados estão documentos impressos e manuscritos, pergaminhos cuidadosamente enrolados, pequenos livros de bolso, uma mão em madeira, saquetas tendo no seu interior fitas de cabedal e tábuas da lei, pequenos documentos colocados no interior de tubos de vidro selados e ainda tecidos utilizados no culto religioso.
"Estaremos perante um legado com peças que podem ser anteriores ao século XIX e que remontam aos primeiros tempos dos judeus nos Açores", explicou, informando que o verdadeiro significado do achado será estudado por técnicos oriundos da comunidade israelita de Lisboa.
O que encontrou foi como entrar na "máquina do tempo e recuar" alguns séculos, conta o historiador guardião da Sinagoga de Ponta Delgada, fundada em 1836.
A primeira comunidade judaica em Ponta Delgada surgiu após o regresso a Portugal dos judeus, expulsos pelo rei D. Manuel em 1497 - os que não saíram do País foram convertidos à força ao catolicismo. Os que regressaram trouxeram consigo textos sagrados e documentos manuscritos que terão ficado como legado dos judeus entretanto radicados em São Miguel, de 1819 por diante.
De qualquer modo, na sua opinião, o acervo descoberto por José Mello remete, directa ou indirectamente, para o culto religioso hebraico e para a Torá, a "bíblia" do judaísmo. O historiador informa que as outras sinagogas portuguesas mais antigas em Portugal (em Tomar e Castelo de Vide) não têm o mesmo espólio da de São Miguel, reforçando assim o seu valor no que diz respeito à cultura hebraica.
Para José Mello, foi recompensadora a experiência de salvar do lixo objectos com importância histórica, cultural e religiosa. Na verdade, o historiador sente estar face a uma descoberta que entende ser de "grande valor. Foi como mexer nos artefactos de um povo ausente e expulso de Portugal ao longo de séculos".
José de Almeida Mello está convencido de que o achado ajudará a compreender melhor a primeira comunidade judaica que se estabeleceu em Portugal, nomeadamente em Ponta Delgada. O património agora descoberto já foi mostrado ao embaixador de Israel em Portugal, Ehud Gol.
A Câmara Municipal de Ponta Delgada está a elaborar um projecto para recuperar o antigo templo judaico na ilha, actualmente em ruínas, e que incluirá a criação de um núcleo museológico. Nos Açores, são poucos os seguidores do judaísmo.
(Esta notícia foi-me enviada pelo amigo Marco Spínola, a quem agradeço desde já a sua especial atenção por estes temas).